Quando se chega ao mês de janeiro o sertão já fica em alerta, não é nenhuma calamidade que sempre acontece nesse mês, mas sim todos ficam a olhar o céu a espera de "um milagre", e esse tem o nome de CHUVA. Alguns anos que o sertão não vê uma estiagem tão forte quanto a que está acontecendo, faz seis meses que não chove, o que faz o sertanejo olhar para o céu e pedir ao alto que mande água, não precisa ser aquela de dilúvio não, mas um pouquinho para o sertanejo e seus animais.
Bem não sei o que vai acontecer depois de janeiro, mas nesse mês o que mais queremos é ver o céu nublado, nuvens pesadas e chuva para lavar a alma de quem sofre pelo abandono governamental, para quem não quer assistencialismo quer é políticas reais, não contra a seca, mas para conseguir viver com ela e não sobreviver a ela como o que aconteceu ontem e ainda acontece hoje.
A seca é algo inerente ao homem, ela acontece mesmo que o SENHOR ser humano não queira, pois ela é um dos sinais da natureza que somos parte dela e temos que saber conviver com seus lados e saber lidar com esses lados. Então até que nossos governantes parem de lucrar com o sofrimento do povo, vamos ainda ver muitas mortes, calamidades, lágrimas de um seca que era para somente ser mais uma e não ser algo para matar, trazer mais sofrimento a quem nada tem.
Enfim não podemos mais aceitar que essas pessoas que infelizmente foram escolhidos por nós, não façam nada para poder ajudar aquele que precisa de um pouco de água a viver com a companheira de alguns anos ou de alguns meses. Não podemos mais entornar o grito de:
Oh! Deus, perdoe esse pobre coitado, que de joelhos rezou um bocado, pedindo pra chuva cair, cair sem parar.
Oh! Deus será que o senhor se zangou, e é só por isso que o sol se arretirou, fazendo cair toda chuva que há .
Oh! Senhor, pedi pro sol se esconder um pouquinho, pedi pra chover, mas chover de mansinho, pra ver se nascia uma planta, uma planta no chão.
Oh! Meu Deus, se eu não rezei direito, a culpa é do sujeito, desse pobre que nem sabe fazer a oração.
Meu Deus, perdoe encher meus olhos d'água, e ter-lhe pedido cheio de mágoa, pro sol inclemente, se arretirar, retirar.
Desculpe, pedir a toda hora, pra chegar o inverno e agora, o inferno queima o meu humilde Ceará.
Oh! Senhor, pedi pro sol se esconder um pouquinho, pedi pra chover, mas chover de mansinho, pra ver se nascia uma planta, planta no chão.
Violência demais, chuva não tem mais, corrupção demais, política demais, tristeza demais. O interesse tem demais!
Violência demais, fome demais, falta demais, promessa demais, seca demais, chuva não tem mais!
Lá no céu demais, chuva tem, tem, tem, não tem, não pode tem, é demais. Pobreza demais, como tem demais!
Falta demais, é demais, chuva não tem mais, seca demais, roubo demais, povo sofre demais. Oh! demais.
Oh! Deus.
Oh! Deus. Só se tiver Deus. Oh! Deus.
Oh! fome. Oh! interesse demais, falta demais...!
Então que venha um pouco de chuva para amenizar e um pouco de senso de responsabilidade e não deixar que a seca ou a chuva termine por "matar" o que mais lindo tem no sertão, seu povo.
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